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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Vacina da Covid-19 pode começar a ser liberada em janeiro, mas Saúde não se compromete com datas

O primeiro lote de 15 milhões de vacinas contra o novo coronavírus produzido pela farmacêutica britânica AstraZeneca e com previsão de chegar ao Brasil em dezembro será liberado a partir de janeiro de 2021. Mas isso não quer dizer necessariamente que a vacina, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), começará a ser aplicada nos postos de saúde imediatamente.

As informações foram dadas por integrantes da Fiocruz e do ministério em audiência realizada nesta quarta-feira pela comissão da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de combate à pandemia.

Os prazos ainda são incertos porque dependem de outros fatores, como por exemplo logística e a obtenção de registro na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já o processo de transferência de tecnologia para o Instituto Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde, deve ser concluído, de acordo com as mesmas fontes, no primeiro trimestre de 2021.

Questionado, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, não quis se comprometer com datas específicas. Mas afirmou que, uma vez liberada a vacina, o governo federal consegue levar as doses aos postos de saúde dos municípios mais afastados num prazo de 15 a 20 dias.

— Na data de hoje, nos parece muito precoce falarmos exatamente da data em que haverá essa vacinação. Mas a capilaridade de distribuição do nosso SUS é histórica no nosso país — disse o secretário.

O diretor do Instituto Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, afirmou na mesma audiência que 30 milhões de doses devem ficar prontas até fevereiro, caso a vacina da AstraZeneca esteja registrada:

— Levando em consideração que a gente vai começar a produção de 15 milhões (de doses) em dezembro, e considerando o tempo de controle de qualidade, a gente acredita que comece a liberar estas primeiras doses a partir de janeiro. E os outros 15 milhões que serão produzidos em janeiro, a partir de fevereiro. Obviamente que vai depender de a vacina estar registrada para que ela possa ser usada.
Acordo

Para aplicar o quanto antes possível a vacina, o governo federal fechou um acordo com a fabricante para a obtenção de 100 milhões de doses, dos quais 15 milhões chegarão em dezembro e mais 15 milhões em janeiro. A vacina ainda está na última fase de testes.

Caso ela tenha aval da Anvisa, ainda falta definir detalhes os critérios de distribuição para saber exatamente quantas doses cada estado vai receber. O que é certo até agora é que grupos de risco, como idosos, pessoas com outras doenças e profissionais de saúde, terão prioridade.

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