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domingo, 2 de agosto de 2020

Energia eólica entra em potência máxima empurrada pelos ventos do Nordeste

Nesta época do ano, período de pouca chuva em que os reservatórios das hidrelétricas precisam ser poupados, a energia eólica tem uma função estratégica e vem ocupando cada vez mais espaço entre as fontes de energia do país.

Os ventos já são a segunda fonte de energia do país - ficando atrás somente das hidrelétricas. E a partir de agora, a produção entra em potência máxima - empurrada pela produção no Nordeste.

É a chamada "safra dos ventos", que vai até outubro. O que se colhe é a energia gerada pelos parques eólicos: 85% deles estão na região Nordeste. E este empurrão da natureza vem em boa hora, com a reabertura de parte do comércio e da indústria fechados durante a pandemia, o que aumenta o consumo de energia elétrica.

"A gente já está percebendo uma recuperação da carga justamente porque a economia está voltando. E nós vamos ter um forte papel, da fonte eólica, no segundo semestre, que é o período que a eólica gera mais e atingimos os chamados recordes de geração", comenta a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum.

O primeiro já aconteceu no dia 21 de junho: a geração eólica chegou a dez mil megawatts, energia suficiente pra abastecer todo o Nordeste, só com os ventos, por um dia inteiro.

"E podemos aproveitar essa grande dádiva que a natureza nos deu, que é a complementaridade das fontes de geração; hidrelétrica, eólica; nos meses que uma tem uma capacidade de geração mais baixa é compensada pela outra", diz o coordenador do núcleo de energia da Fiec, Joaquim Rolim.

Nessa época do ano, período de pouca chuva em que os reservatórios das hidrelétricas precisam ser poupados, a energia eólica tem uma função estratégica e vem ocupando cada vez mais espaço entre as fontes de energia do país. Tudo relacionado a ela tem grandes dimensões: as pás que fazem parte das hélices, as torres e as áreas onde os parques são instalados.

Um deles, no Ceará, vai começar a funcionar em dezembro. As 49 torres, montadas ali, vão gerar energia suficiente para 400 mil casas e mil empregos para engenheiros, técnicos, operadores e até arqueólogos.

O Francisco José da Silva é um dos contratados para vasculhar as escavações em busca de objetos de antepassados que viviam ali.

"Eu tenho uma paixão pela energia eólica, por ser uma energia limpa, e isso agrada muito profissionalmente porque eu sou arqueólogo e existe toda uma função social em cima da profissão", comenta o arqueólogo.

A expectativa da associação do setor é aumentar em 11% a capacidade de geração em 2020 em todo país, o que anima os empreendedores.

"Nós conseguimos manter o nosso cronograma final de entrega da obra né. No segundo semestre de 2021 nós estaremos em plena operação com esse empreendimento, aproveitando o máximo da energia eólica nesse período", comenta o coordenador de obras, Igor Davi Silveira da Cunha.

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