A dois dias do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do triplex no Guarujá,
o advogado do petista, Cristiano Zanin Martins, esteve na tarde desta
segunda-feira (22) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em
Porto Alegre, onde será realizada a sessão na quarta (24).
Zanin fez a entrega de uma peça jurídica chamada memorial ao
desembargador Leandro Paulsen, que é presidente da 8ª Turma, responsável
pelo julgamento. "A entrega dos memoriais aos desembargadores faz parte
do julgamento do colegiado. É um resumo escrito do que os advogados vão
apresentar", afirmou Zanin.
Na sessão do julgamento, cada advogado terá 15 minutos para fazer a
sustenção oral. Nem sempre o tempo na tribuna é suficiente para o
advogado. O memorial seria um complemento.
"O nosso recurso tem cerca de 500 páginas, que aponta uma série de
ilegalidades cometidas, não só na sentença, mas em todo o processo em
primeira instância, e o memorial é uma forma de resumir e destacar
alguns pontos fundamentais desse recurso", completou ele.
A apelação da defesa de Lula tem ao todo 491 páginas. Os advogados
defendem que não há provas contra Lula e que "a OAS sempre foi e
continua sendo a proprietária do triplex".
O documento ainda será entregue aos demais desembargadores da 8ª Turma, João Pedro Gebran Neto e Victor dos Santos Laus.
"A nossa expectativa é a de que o recurso seja acolhido porque
acreditamos na força jurídica, nos argumentos e fundamentos que foram
apresentados ao tribunal", concluiu Zanin.
O recurso apresentado pelo ex-presidente Lula da Silva no processo do
triplex será julgado a partir das 8h30 da próxima quarta-feira (24) pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), segunda instância das
ações da Operação Lava Jato. O caso será analisado pelos três
desembargadores que integram a 8ª Turma.
Apenas este processo, que possui outros seis réus, está na pauta do dia 24. O G1 vai transmitir o julgamento ao vivo.
Lula foi condenado na primeira instância pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão,
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na sentença, Moro sustenta
que o ex-presidente ocultou a propriedade do triplex em Guarujá, no
litoral de São Paulo, e que o imóvel foi recebido como propina da
empreiteira OAS em troca de favores na Petrobras.
Segundo o TRF-4, somente os advogados dos réus e profissionais
envolvidos no processo - representantes do Ministério Público Federal
(MPF) e servidores, por exemplo - acompanharão o julgamento na sala. Os
demais, como jornalistas e autoridades credenciadas, poderão assistir à
sessão em outra sala, por meio de um telão.
No mesmo processo há outros dois réus: o ex-presidente da OAS, Léo
Pinheiro, condenado em primeira instância a 10 anos e 8 meses de prisão;
e o ex-diretor da área internacional da OAS, Agenor Franklin Magalhães
Medeiros, condenado a 6 anos.
A defesa do ex-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, absolvido
em primeira instância, requer a troca dos fundamentos da sentença.
O MPF recorre ainda das absolvições de três executivos da OAS: Paulo
Roberto Gordilho, Roberto Moreira Ferreira e Fábio Hori Yonamine.
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