Ministro da Economia, Paulo Guedes, tira risos da plateia de executivos no Fórum Econômico Mundial ao afirmar que só o Brasil não dormiu no ponto no ajuste monetário e fiscal.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tirou risos da plateia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, diante do excesso de confiança habitual. Após ele afirmar que o Brasil está em melhor situação do que os demais países e que apenas o Banco Central brasileiro "não dormiu no ponto" no ajuste monetário e fiscal, houve risos, mas ele não se abalou.
Na avaliação do ministro brasileiro, o Brasil está adiantado no processo de aumento dos juros e no ajuste fiscal pós-pandemia. Ele repetiu também que todos os bancos centrais "dormiram no ponto". "Sinto muito", disse Guedes, após os risos da sua confirmação à questão de que apenas o Brasil está mais adiantado do que os demais, durante o painel de debate sobre a dívida soberana global. “Todos os bancos centrais dormiram no ponto. Menos o do Brasil, no front monetário e fiscal.”
Além de Guedes, participaram do debate sobre o panorama da dívida pública global, em Davos, a primeira vice-diretora gerente do Fundo Monetário Nacional (FMI), Gita Gopinath; o ministro da Economia da Itália, Daniele Franco; e o principal executivo (CEO) do Banco de Desenvolvimento do Sul da África, Patrick Khulekani Dlamini.
Durante suas intervenções, o ministro brasileiro não poupou críticas ao Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), afirmando que o Fed também dormiu diante dos choques negativos combinados atuais: o aumento salarial por conta da arbitragem global do mercado de trabalho, a disrupção das cadeias produtivas globais e a guerra na Ucrânia, que afetou os preços dos alimentos e de energia.
Em relação ao aumento do endividamento durante a pandemia, na avaliação de Guedes, o Brasil está em uma “posição muito confortável”, mais do que os demais países em relação à dívida externa, e registrou surpresas positivas na dívida interna.
Ele reconheceu que, em parte, a queda na dívida pública bruta ocorreu por conta da inflação, mas afirmou novamente que o congelamento dos salários do funcionalismo durante a pandemia ajudou no processo de redução do deficit primário das contas do governo federal. Nesse sentido, o ministro defendeu que o Brasil se saiu melhor que todos os outros países e vai conseguir crescer antes do que os demais e, novamente, os economistas vão errar as projeções sobre o país neste ano.
“Nós gastamos muito com a saúde (durante a pandemia). Vacinamos mais de 80% da população. Mas não tornamos esses gastos permanentes”, disse ao justificar a queda da dívida pública bruta de quase 90% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2020, para os atuais 78,5% do PIB. “O Brasil caiu 3,9%, em 2020. Caiu menos e se recuperou mais rápido”, frisou, lembrando que o FMI chegou a prever queda de 9,1% do PIB brasileiro naquele ano.
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