A mineradora Vale (VALE3) encontra-se apta para retomar a política de pagamento de dividendos a investidores e, para tanto, depende apenas da redução de incertezas relacionadas à pandemia do coronavírus, disse o CFO da companhia, Luciano Siani, nesta quinta-feira.
Durante participação em live promovida pela XP Investimentos, ele afirmou que as incertezas dependem do comportamento da China, destino da maior parte das exportações da Vale.
“Se a geração de caixa se mantiver forte e a companhia voltar com a produção maior, a companhia poderá voltar a pagar dividendos”, estimou Siani.
Segundo o executivo, as incertezas estão focadas, principalmente, no comportamento da China nos próximos meses, destino da maior parte das exportações da Vale.
Caso a política de dividendos não seja retomada, a Vale completará em setembro dois anos sem distribuição dos pagamentos. A política foi suspensa após a queda da barragem de rejeitos de Brumadinho (MG).
“Dado o progresso nas indenizações, o progresso na reparação ambiental, uma série de melhorias por meio de diversos termos de ajustamento de conduta e a capacidade financeira para fazer frente às expectativas em relação a Brumadinho, a companhia entende que, desse ponto de vista, não há mais impedimento para retomar distribuição de dividendos.”
Siani destacou que a Vale já indenizou mais de 7 mil pessoas, com pagamentos que alcançaram cerca de 3 bilhões de reais aos indivíduos afetados pela tragédia.
“A Vale é uma companhia que precisa olhar pra trás e corrigir (mas) continua olhando para o futuro”, disse.
O CFO afirmou ainda que, atualmente, a mineradora é negociada “muito aquém” de que deveria, com base em sua capacidade de geração de riquezas.
“A Vale tem uma valorização de mercado que é penalizada em função dessa percepção de risco e práticas que precisam evoluir… Estamos avançando nessas práticas (porque) podemos criar valor para a companhia”, disse.
Segundo Siani, às vésperas do rompimento da barragem de Brumadinho, o valor de mercado da Vale estava cerca de 5 bilhões de dólares abaixo da Rio Tinto, sua principal concorrente.
Essa distância se ampliou para 30 bilhões de dólares depois de Brumadinho, comparou o CFO, e depois se ampliou novamente para 40 bilhões de dólares por dificuldade de produzir em meio à pandemia.
Enquanto monitora as incertezas associadas à crise do coronavírus, Siani lembrou que a mineradora brasileira reforçou seu caixa com um empréstimo de 5 bilhões de dólares, não pretende se endividar mais, e mantém o investimento médio de 4 bilhões de dólares, que é inferior ao registrado no passado mais distante, mas comporta a expansão de diversos projetos.
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