É apenas questão de tempo até que os preços da celulose se recuperem, de acordo com a Suzano, maior produtora do mundo. Grandes estoques mundiais mantiveram os preços 40% abaixo do pico de 2018, apesar do aumento da demanda por papel higiênico e embalagens de alimentos impulsionada pela pandemia. Embora a Suzano ainda obtenha lucro, alguns concorrentes estão perdendo dinheiro, disse o presidente da empresa, Walter Schalka.
"Os preços terão que subir para equilibrar oferta e demanda", disse o executivo em entrevista. Sua visão tem como base os baixos preços que limitam a oferta quando a demanda segue firme, embora em níveis menores em relação às compras motivadas por pânico quando as quarentenas foram impostas. Em contraponto ao cenário positivo para os segmentos de papel higiênico e embalagens, está a perspectiva de desaceleração contínua do segmento de papel de impressão e de escrever, já que a tendência de home office se torna mais permanente para muitas empresas.
O desempenho das ações da Suzano na pandemia acompanha a mudança de tendência da celulose. Na onda vendedora do primeiro trimestre, as ações da empresa estiveram entre as mais resilientes da bolsa brasileira, graças à crescente demanda por papel higiênico e embalagens. A alta do dólar em relação ao real também elevou as receitas de exportação. Na recuperação do segundo trimestre, a Suzano registrou um dos piores desempenhos devido ao baixo preço da celulose, um fator limitante aos esforços de desalavancagem da empresa.
Schalka disse que a empresa está bem posicionada, mesmo com o preço atual da celulose de US$ 460 a tonelada na China, já que seu custo caixa é equivalente a cerca de US$ 120 a tonelada. Marcio Farid, analista do JPMorgan Chase, disse em relatório nesta semana que os preços ainda estão em queda na Ásia, enquanto há sinais de negociações de preços "bastante difíceis" na China. A "abundância de celulose com preço baixo" de vendedores temporários também pressiona o mercado.
Schalka disse que os EUA são o único mercado com demanda acima dos níveis anteriores à pandemia.
Fonte: UOL
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