Um estudo feito pela FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz) e publicado na revista Nature Medicine na última segunda-feira (08) mostrou que duas crianças expostas ao zika vírus e que nasceram com microcefalia, durante a epidemia que ocorreu em 2016, tiveram seu quadro revertido. Os médicos observaram que um dos bebês tinha suturas fechadas no cérebro e bastou fazer uma cirurgia craniana para que o órgão da criança crescesse de formal normal. Já o outro bebê, que também nasceu com a doença, desenvolveu circunferência no tamanho ideal. Em ambas, o desenvolvimento neurológico, de linguagem e motor eram considerados normais.
O trabalho acompanhou 216 mães e filhos que foram expostos ao problema durante dois anos. As crianças que participaram da pesquisa já haviam sido acompanhadas pelo grupo de cientistas para outras avaliações. Nesta etapa, elas passaram por testes neurológicos e pela escala Bayley de desenvolvimento infantil, que mede o coeficiente de desenvolvimento por meio de testes de linguagens, cognição e coordenação motora.
Para coordenadora do estudo, Maria Elizabeth Moreira, essas descobertas abrem espaço para um melhor prognóstico da doença. Segundo a especialista, não há uma regra para desenvolver a condição. "A criança pode ser exposta ao vírus, mas não necessariamente ser infectada", explica.
A pesquisa mostrou ainda que 30% das crianças expostas ao vírus podem apresentar atraso no desenvolvimento de estimulações. Moreira ressalta importância de crianças cujas mães tiveram o zika na gravidez terem um acompanhamento regular. "É fundamental passarem por tratamento com fisioterapia e terapia ocupacional desde o nascimento".
Agora, os próximos passos, segundo a pesquisadora, é avaliar as crianças na idade pré-escolar e escolar. "A detecção precoce de distúrbios de aprendizado é fundamental", finaliza.
Fonte: uol
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