O presidente Jair Bolsonaro
lamentou nesta quinta-feira (27) o fim da validade da Medida Provisória
(MP) 873 que vedava o desconto sindical em folha. A MP foi editada no
dia 1º de março e extinguiu a possibilidade da mensalidade de
contribuição sindical ser debitada diretamente da folha de pagamento dos
salários dos trabalhadores. A norma definiu que o recolhimento da
contribuição deveria ser feito via boleto bancário e com anuência prévia
do trabalhador.
Com forte resistência nos sindicatos e idas e vindas na Justiça, o
Congresso Nacional nem sequer instalou a comissão especial para analisar
a MP, por falta de indicação de seus membros por parte dos
líderes partidários. Por causa disso, após vigorar por 120 dias, a
medida caduca a partir de amanhã (28) e o desconto em folha volta a
vigorar para o recolhimento da contribuição sindical.
“A Medida
Provisória não recebeu por parte dos partidos a relação de integrantes e
ela, então, como não vai ser votada, a partir de amanhã os sindicatos
voltam a receber recursos em suas contas, desconto automático dos
trabalhadores”, disse Bolsonaro em live semanal transmitida pelo
Facebook diretamente de Osaka, no Japão, onde o presidente participa da
reunião do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo.
Empregos formais
Bolsonaro também comentou a criação de 32,1 mil novas vagas de emprego com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta pelo Ministério da Economia. Para ele, o resultado está abaixo do esperado e o presidente disse que que a economia não vai bem. “É pouco? Sim, é pouco, mas é melhor do que nós perdermos ou não termos carteira assinada. Então, é sinal de que a economia não vai bem, reconheço, temos problema”, disse.Previdência
Para o presidente, a
melhora do quadro econômico do país passa pela aprovação da reforma da
Previdência, que ele espera que seja votada no plenário da Câmara antes
do recesso parlamentar de julho. “A semana que vem se vota na comissão
especial e, pelo que tudo indica, se aprova o texto, que na semana
seguinte já pode ir para plenário e, quem sabe, votarmos, pelo menos o
primeiro turno, antes do recesso parlamentar”, disse.
Reunião do G20
De
amanhã (28) até sábado, Bolsonaro participa, no Japão, da reunião do
G20. Está prevista uma reunião informal dos líderes do Brics – grupo que
reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e de uma séria de
encontros bilaterais e audiências. Bolsonaro terá encontro com os
presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, Emmanuel Macron, da
França, e Xi Jinping, da China, com os primeiros-ministros Narendra
Modi, da Índia, e Lee Hsien-Loong, de Singapura.
Estão marcadas
audiências com o presidente do Banco Mundial, David Malpass, e com o
secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), José Angel Gurría Treviño.
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