Procuradores do Ministério Público Federal, em mensagens privadas
trocadas em grupos com integrantes da Lava Jato, criticaram Sergio Moro
duramente pelo que consideraram uma agenda pessoal e política do juiz.
Eles foram além no decorrer e logo depois da campanha eleitoral de 2018:
para os procuradores, Moro infringia sistematicamente os limites da
magistratura para alcançar o que queria.
“Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus
resultados”, disse a procuradora Monique Cheker em 1º de novembro, uma
hora antes de o ex-juiz anunciar ter aceito o convite de Jair Bolsonaro
para se tornar ministro da Justiça. Integrantes da força-tarefa da Lava
Jato lamentavam que, ao aceitar o cargo (algo que ele havia prometido
jamais fazer), Moro colocou em eterna dúvida a legitimidade e o legado
da operação. Os óbvios questionamentos éticos envolvidos na ida do juiz
ao ministério poderiam, afinal, dar maior credibilidade às alegações de
que a Lava Jato teria motivações políticas.
Uma vez que o alinhamento de Moro com o bolsonarismo se tornou claro,
até os maiores apoiadores do ex-juiz dentro da Lava Jato passaram a
expressar um descontentamento antigo com as transgressões dele. Mesmo o
coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol (que sempre defendeu
Moro), e o decano do grupo, Carlos Fernando dos Santos Lima, íntimo do
então juiz, confessaram preferir que ele não aderisse ao governo
Bolsonaro.
Um dia antes do anúncio de Moro, em 31 de outubro, quando circulavam
fortes boatos de que Moro participaria do governo Bolsonaro, a
procuradora Jerusa Viecili, integrante da força-tarefa em Curitiba,
escreveu no grupo Filhos do Januario 3: “Acho péssimo. Só dá ênfase às
alegações de parcialidade e partidarismo.”
A procuradora Laura Tessler, também da força-tarefa, concordou com a
avaliação: “Tb acho péssimo. MJ nem pensar… além de ele não ter poder
para fazer mudanças positivas, vai queimar a LJ. Já tem gente falando
que isso mostraria a parcialidade dele ao julgar o PT. E o discurso vai
pegar. Péssimo. E Bozo é muito mal visto… se juntar a ele vai queimar o
Moro.” Viecili completou: “E queimando o moro queima a LJ”. Outro
procurador da operação, Antônio Carlos Welter, enfatizou que a postura
de Moro era “incompatível com a de Juiz”:
Fonte: https://sentenca.painelpolitico.com
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