Com a taxa de desemprego em alta, atigindo os 12,7% no primeiro trimestre do ano, aliada aos efeitos prolongados da recessão iniciada em 2014, a desigualdade de renda atingiu o nível mais elevado em sete anos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), divulgado nesta segunda-feira (20/5).
O índice de 0,627, medido no primeiro trimestre deste ano, é o maior desde o primeiro trimestre de 2012, início da série histórica, quando o número era de 0,608. Este foi o décimo sétimo aumento trimestral consecutivo do indicador.
No quarto trimestre do ano passado, o índice de Gini do rendimento domiciliar per capita do trabalho estava em 0,625. Após o primeiro trimestre de 2019, o indicador subiu para 0,627.
O índice é calculado a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mede a desigualdade numa escala de zero a um. Zero representaria a igualdade perfeita.
De acordo com o autor do levantamento e pesquisador do Ibre/FGV, Daniel Duque, não há uma solução imediata. "Eu não vejo soluções a curto prazo. Estamos vendo que, desde a metade de 2016, os mais ricos estão recuperando as rendas deles. Temos uma situação em que parece que só os mais bem posicionados na sociedade estão conseguindo ter ganhos desde o fim da crise", afirma o pesquisador.
Para Duque, o maior desafio para a redução da desigualdade é a oferta de emprego para as pessoas de menor qualificação. "O que precisa ser feito é ter um cenário de melhora na economia baseado no emprego da população de classes mais baixas", pontua.
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