A Concremat, controlada pelo grupo chinês CCCC, afirmou que o canal de fornecimento de aço bruto para a laminadora de 450 milhões de dólares que anunciou na véspera junto ao governo do Pará está em estudo e não informou quando o fornecedor será escolhido.
Na véspera, o grupo China Communications Construction Company (CCCC) e a Vale anunciaram assinatura de memorando de entendimento para a instalação de uma laminadora de aço em Marabá (PA) de 300 mil toneladas anuais, que poderia entrar em operação em 2023.
Contudo, as empresas não afirmaram de onde virá o aço a ser utilizado pela laminadora. A Vale produz minério de ferro em larga escala no Pará, onde a companhia opera o complexo de Carajás, mas os grupos não divulgaram se o projeto prevê uma usina produtora de aço bruto, que poderia ser aproveitado pela laminadora.
Questionada sobre o assunto, a Concremat enviou breve comunicado em que afirma que o fornecedor das placas para laminação na usina "ainda é objeto de estudo, existem algumas alternativas e dependerá do parceiro de operação e comercialização".
Apesar disso, o governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou em comunicado distribuído à imprensa que Marabá tem atributos como "localização geográfica estratégica" e "excelentes malhas ferroviária e hidroviária disponíveis para atender as regiões mais distantes dos grandes centros produtores de aço no Brasil".
Se levado adiante, o projeto tende a agravar o quadro de excesso de capacidade produtiva no país em um momento de redução das projeções de crescimento da economia. Segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr), até o primeiro trimestre deste ano o setor operava a apenas 66,6 por cento de sua capacidade, abaixo do nível considerado ideal de 80 a 85 por cento. Atualmente, a região Sudeeste é responsável por 83 por cento da produção brasileira de aço.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.