Pesquisa feita em 136 países conclui que índices de obesidade são menores em nações que têm o cereal como base da alimentação.
Embora a base da alimentação brasileira seja o arroz com feijão, não é raro ver alguém que tirou a dupla do prato, principalmente o arroz. Por ser uma das principais fontes de carboidrato das nossas refeições, ele é excluído por aqueles na luta para perder peso. Nem no restaurante japonês o cereal leva crédito – não falta quem se disponha a comer temaki só com alga e peixe.
Se você faz parte dessa turma, talvez esteja exagerando. E são os próprios japoneses que estão dizendo. Em um estudo apresentado no último dia 28 de abril no Congresso Europeu de Obesidade (ECO), cientistas da Doshisha Women’s College of Liberal Arts, no Japão, concluíram que comer arroz todos os dias está associado a menores índices de obesidade.
Os pesquisadores analisaram hábitos alimentares e de saúde de 136 países, olhando mais de perto o consumo de arroz nessas nações e também como anda o peso da população. E eles não consideraram apenas o tipo branco e grudadinho consumido no Japão: valia também o integral e inclusive a farinha feita do cereal.
Ao final do levantamento, os japoneses viram que a obesidade é menos prevalente em lugares onde o consumo de arroz é alto (média de 5 colheres de sopa por pessoa, por dia). Já nas regiões em que o alimento mal aparece na culinária local (menos de 1 colher de sopa por pessoa, por dia) os índices de excesso de peso são maiores.
A tendência se manteve mesmo levando em conta o PIB e o nível de educação de cada país. Nações como Bangladesh, Laos, Camboja, Vietnã e Indonésia – top 5 consumidores de arroz – apresentam níveis de obesidade mais baixos do que França, Reino Unido, Estados Unidos, Espanha, Canadá e Austrália.
Segundo os pesquisadores japoneses, são necessários mais estudos para entender melhor de que maneira o arroz ajuda a evitar o ganho de peso. Mas eles têm alguns palpites. “É possível que as fibras, os nutrientes e os compostos encontrados no cereal aumentem a saciedade e evitem o hábito de comer em excesso”, disse, em nota, a professora Tomoko Imai, que liderou a investigação.
De acordo com Imai, outros pontos a favor do arroz são o baixo teor de gordura e o menor índice glicêmico – ou seja, ele não deixa o açúcar disparar no sangue. No longo prazo, picos de glicose e insulina levam, entre outras coisas, para o ganho de peso, principalmente na região abdominal.
Mas, como tudo na vida, não deve haver exagero. Se consumido em excesso, o arroz vai, sim, contribuir para você ganhar uns quilos extras – afinal, ele é composto principalmente por carboidrato. Por isso, o jeito é inseri-lo em uma alimentação saudável e variada. Aí, ninguém vai precisar encanar com o PF do almoço ou o japa do fim de semana.
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