Em mais um episódio da escalada de tensão entre Coreia do Norte e
Estados Unidos, o presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta
segunda-feira (20/11) que decidiu incluir Pyongyang na lista de países
patrocinadores do terrorismo, da qual já fazem parte Irã, Síria e Sudão.
Trump fez o anúncio durante uma reunião com membros de seu gabinete na
Casa Branca, após retornar de uma viagem de quase duas semanas por cinco
países da Ásia, incluindo Coreia do Sul. O programa nuclear e de
mísseis norte-coreano foi um dos principais temas da agenda.
O líder americano explicou que a decisão desta segunda-feira faz parte
de sua "campanha de pressão máxima" para isolar o regime da Coreia do
Norte em razão de sua atividade nuclear.
Além disso, antecipou que novas sanções contra o país asiático serão
anunciadas nesta terça-feira pelo Departamento do Tesouro americano.
Segundo o presidente, tais sanções serão as de "nível mais alto" já
impostas ao regime.
Para Trump, a decisão de incluir a Coreia do Norte na lista de
patrocinadores do terrorismo "deveria ter ocorrido anos atrás". Após
figurar na relação por duas décadas - em razão de um bombardeio, em
1987, contra um avião sul-coreano que matou 115 pessoas -, o país foi
removido da lista em 2008 pelo então presidente George W. Bush, como
parte dos esforços para conter o desenvolvimento do programa nuclear.
Em fevereiro, a Coreia do Sul havia pedido a Washington que voltasse a
declarar Pyongyang patrocinadora do terrorismo em razão do assassinato
de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder norte-coreano, Kim Jong-un,
na Malásia.
Em seu anúncio, Trump apontou "atos de terrorismo" cometidos pela
Coreia do Norte, incluindo assassinatos em solo estrangeiro, além de
lembrar pessoas afetadas pela "brutalidade" do regime, como o estudante
americano Otto Warmbier, que morreu dias depois de retornar aos EUA, em
coma. Ele ficou preso durante 17 meses na Coreia do Norte.
As tensões e trocas de ameaças entre os governos em Pyongyang e
Washington já se arrastam há meses. Mais recentemente, a turnê asiática
de Trump gerou comentários irritados por parte da Coreia do Norte, que
acusou o americano de estar "implorando" por uma guerra nuclear na
península coreana.
Em passagem por Seul, Trump havia declarado que Pyongyang representa
uma "ameaça global que requer ação global" e convocou todas as nações
responsáveis, incluindo China e Rússia, a "exigir que o regime
norte-coreano encerre seu programa nuclear", que já incluiu o teste de
uma bomba de hidrogênio e lançamentos de mísseis intercontinentais.
O presidente ainda alertou, na ocasião, que os EUA estão prontos para
utilizar toda sua capacidade militar para impedir que a Coreia do Norte
se torne uma potência nuclear.
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