Estudos sugerem que quantidade ideal não deve ultrapassar até 40 gramas de álcool por dia
Para pessoas com mais de 60 anos, o consumo moderado de álcool pode estar associado a um efeito protetor contra a demência. A informação é resultado de uma pesquisa publicada no periódico Addiction e liderada por profissionais do Centro para Envelhecimento Saudável do Cérebro, da Universidade New South Wales, na Austrália.
Os cientistas analisaram dados de quase 25 mil pessoas de diversos países, em todos os continentes. Eles perceberam que entre os participantes que bebiam álcool moderadamente a ocorrência de casos de demência era, dependendo da quantidade ingerida, até 38% menor do que entre os que não consumiam álcool. O limite diário para os efeitos positivos, segundo o estudo, seria de até 40 gramas de álcool, equivalente a quatro latas de cerveja.
A novidade segue na linha de outra pesquisa, publicada em 2018 na revista British Medical Journal, que corrobora a hipótese de que a ingestão moderada de álcool pode reduzir as chances de desenvolvimento de demência. Mas na época, a sugestão de álcool foi menor que a pesquisa deste ano.
Segundo o estudo de quatro anos atrás, que analisou informações de cerca de 10 mil pessoas, o consumo de álcool equivalente a cerca de duas latas de cerveja ou duas taças de vinho por dia correspondeu a uma incidência 47% menor de casos de demência, em comparação com pessoas que não bebiam álcool. Esse estudo, entretanto, ressalta que um consumo de álcool superior a esse pode significar um aumento de 17% do risco.
No novo estudo, os efeitos positivos da ingestão moderada são justificados por diferentes possíveis fatores. Entre eles, estão a capacidade de reduzir a inflamação do cérebro, de modular a concentração de proteína beta-amiloide (que tem relação com o Alzheimer) e a possibilidade de ativação do sistema glinfático, que age protegendo neurônios.
Os
pesquisadores, entretanto, afirmam que o estudo não é uma recomendação
para que as pessoas passem a ingerir álcool, caso não o façam. “Esses
achados precisam ser equilibrados com evidências de neuroimagem
sugerindo que mesmo níveis baixos de uso de álcool estão associados a
uma pior saúde cerebral”, dizem.
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