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domingo, 16 de maio de 2021

Gerdau, a maior produtora de aço brasileira, anuncia saída de países europeus e asiáticos mantendo apenas investimentos em fábricas americanas

Com o grande boom das renováveis, CEO da maior produtora de aço do Brasil destaca que o seu maior medo é ter sua presença fora do mercado e deixar suas fábricas sem legado



Com sua fábricas avaliadas em mais de R$ 60 bilhões, a Gerdau deseja que cerca de 20% do seu faturamento venha de negócios diferentes da produção de aço, mas, para isso, a empresa tem inovado. Segundo o executivo Gustavo Weneck, de 47 anos, o primeiro a gerir a empresa sem ser da família que deu nome à companhia, destaca que o grupo tem um grande medo de desaparecer, como muitas outras empresas com mais de 120 anos que ficaram para trás.

A nova estratégia da Gerdau para se manter no mercado futuro

Gustavo Weneck afirma que isso gera um sentimento de alerta para a empresa se manter sempre inovando em suas fábricas. Nos últimos três anos, a Gerdau passou a avançar em novas áreas, que vão além da produção de aço, porém, isso se tornou mais intenso com a criação da Gerdau Next, em julho do ano passado, que é voltada a novos negócios. A empresa investiu em 20 startups, criou uma companhia de fundação de construção conhecida como G2 Base, e se associou à Tigre e Votorantim.

E não para por ai, a Gerdau comprou uma participação na empresa de construção modular Brasil ao Cubo recentemente, e passou a atuar com uma forte presença na logística para terceiros com a G2L.

Nos últimos anos, a companhia dona de várias fábricas de aço vendeu operações que não eram rentáveis em países como Estados Unidos, Índia, Chile e Espanha, levantando um total de R$ 7,4 bilhões com as vendas e usou grande parte do dinheiro para pagar suas dívidas. Isso fez com que a Gerdau reduzisse sua alavancagem de 4,2 vezes para 0,96 vezes.

A empresa de aço pretende sair dos países europeus e asiáticos

Werneck afirmou que outra estratégia da empresa é não operar mais em países da Europa e da Ásia e ter o foco 100% nos países americanos, e criar negócios de nicho como a Gerdau Summit, criada em 2017, ao lado da japonesa Sumitomo, que produz peças de aço para a indústria de energia eólica. Nesse caso, o processo envolve produção clássica, porém, a dona de diversas fábricas está avançando em outros setores que são inimagináveis para uma empresa que cresceu na arte de forjar aço.

A Gerdau criou uma construtech G2Base, que atua nas fundações de obras. Antes a empresa fornecia apenas o aço para ser concretado, e agora vende o serviço por completo com a fundação já pronta. Werneck afirma que o cliente não precisa correr atrás de vários fornecedores, pois a Gerdau entrega tudo completo.

O maior desafio do CEO da Gerdau

Segundo Werneck, nenhum desses movimentos da dona de várias fábricas de aço teria sido possível se não fosse feito uma transformação cultural, um dos maiores desafios para ele.

A transformação deixou a empresa mais leve, mais ágil e com menos hierarquia. Werneck afirma que havia muita gente para tomar decisão. Antes decisões que demoravam em torno de 15 dias, atualmente, são resolvidas em menos de 15 minutos. “Sou mais um Chief Enabling Officer do que um Chief Executivo Officer” afirmou ele.

Com sua administração, as despesas foram reduzidas em US$ 300 milhões por ano, somando US$ 900 milhões em três anos. A Gerdau, sobre o comando de Werneck apresentou um lucro líquido surpreendente de R$ 2,47 bilhões, 1.006% maior do que o da dona de fábricas no ano passado. A receita líquida da companhia de aço chegou a R$ 16,3 bilhões, sendo 77% a mais do que em 2020.

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