Zé Maria (dir) ao lado do ex-volante Ezequiel no Corinthians |
Morreu José Maria Oliveira. Provavelmente você não lembrará dele, mesmo sendo corintiano fanático. Zé Maria foi treinador do Corinthians em 1990, antes de Nelsinho Baptista assumir o time, que ganharia o primeiro título brasileiro. Momento raro. Normalmente ele trabalhava na base, revelando craques.
O auge foi na Portuguesa onde descobriu Tico, Sinval e especialmente Dener. Já com outro técnico, Écio Pasca, a Lusa ganhou a Copa São Paulo e os meninos de Zé Maria encantaram tudo mundo. Mas aí ele já tinha mudado para o Parque São Jorge e passado pela experiência de treinar os titulares com enorme repercussão e poucos resultados.
Zé Maria não é nem o Super-Zé, nem o Zé Maria lateral da Portuguesa, que foi para o futebol italiano. O negócio dele era revelar. E esse trabalho ele fez de forma brilhante, sem nunca abandonar sua Loja de Automóveis na Boca do Lixo, onde tantos atletas compraram seus primeiros carrinhos modestos, com muitas facilidades.
Com o tempo Zé Maria sumiu. A loja que era dele foi repassada e aí pouco saia da Zona Norte, onde tinha vida tranquila, até se envolver, há alguns meses, numa briga de trânsito. Forte, já que fora também lutador de boxe, desceu do carro para discutir com um motoqueiro. Não houve tempo de briga. O capacete do motociclista foi usado como arma, atingindo fortemente a cabeça do ex-treinador.
Daí para frente só sofrimento, internações, dores, desesperança e a impossibilidade de caminhar sozinho, até que na noite do feriado de 15 de novembro, veio o apito final do jogo da vida dele. Zé Maria morreu sozinho e anônimo, como sempre trabalhou no futebol. Ajudou muita gente, mas os amigos mal ficaram sabendo do seu drama e dos últimos momentos. Faço minha homenagem a ele. Passou intensamente pelo mundo da bola, mas pouca gente ficou sabendo.
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