Temer vetou alguns artigos, entre eles o 25 e trechos do 28, que foram mais bombardeados pelo TCU. Um deles trata sobre a responsabilização de gestores, que hoje pode ser feita quando há culpa. Se houvesse aprovação deste artigo, o gestor só poderia ser responsabilizado se houvesse dolo (intenção) ou erro grosseiro. O outro artigo criava uma ação judicial que, na visão do TCU e do Ministério Público Federal, impediria a revisão contratos, atos ou normas mesmo se, posteriormente, fossem verificadas irregularidades neles.
Em debate promovido pelo TCU na segunda-feira, a procuradora-geral da República e ministros do tribunal criticaram o projeto. “Ao criar novos parâmetros de interpretação à lei, no entendimento do Ministério Público, a proposta eleva a insegurança jurídica. Trata-se de uma lei mais benéfica para o infrator. Efeitos retroativos poderão ser invocados por interessados, inclusive os já processados e já punidos judicialmente. A insegurança jurídica poderá favorecer a impunidade de agentes públicos", disse Raquel Dodge.
O projeto foi apresentado em 2015 pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). No Senado e na Câmara, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, sem passar pelo plenário, seguiu direto para o Palácio do Planalto, onde esperava a sanção até hoje (25).
No início do mês, Temer teve uma reunião com o senador Anastasia para tratar do tema e depois recebeu quatro ministros do TCU, que haviam reiterado o apelo pelo veto integral ao projeto.
Após a conversa com os membros do TCU, Torquato Jardim disse que o debate continuaria possivelmente até o limite do prazo, que é hoje, e que o presidente ainda não tinha formado uma opinião.
“O TCU é contra, mas também tivemos mais de 20 juristas renomados que se colocaram a favor. Agora, caberá ao presidente, como grande juiz deste processo, tomar uma decisão”, completou, na ocasião.
Segundo auxiliares do presidente, apesar do apelo do TCU e de outros órgãos que queriam o veto, havia uma corrente contrária, que inclui uma importante parcela do empresariado. Em ano eleitoral e com a possibilidade de se lançar à reeleição, Temer quer se manter mais alinhado possível com o PIB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.