A Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados discutiu na tarde desta terça-feira (29/10) mudanças na legislação do vale-transporte, para estabelecer novas medidas que possam reduzir as tarifas de transporte público no país. O grupo conversou sobre a viabilidade de projeto sugerido pelo governo de Curitiba, que promete reduzir o preço da passagem para R$ 1 e melhorar a qualidade do transporte público. O debate foi requerido pelo Deputado Mauro Mariani, que também pediu ao presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB/RN), a criação de uma comissão especial para tratar de todos os projetos relacionados ao tema. O presidente, contudo, ainda não deu uma resposta definitiva.
De acordo com o secretário, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, apresentou hoje um cópia do projeto à assessoria de Dilma Rousseff, para que o governo federal examine a proposta. A presidente visitou a capital paranaense nesta terça-feira. Ricardo deve aproveitar a ida à Brasília para mostrar o projeto também a alguns órgãos, nesta quarta-feira.
"O vale-transporte, depois que foi implantado, passou a ter uma série de usos diferentes dos que estão previstos na lei. Ele é opcional ao trabalhador e os empregadores começaram a oferecer alternativas como o vale combustível, o que diminuiu o uso do vale-transporte. Propomos então que ele seja universal. A empresa colocaria o vale-transporte como despesa operacional e gozaria de benefício parcial no imposto de renda. A receita das empresas de transporte seria muito maior, permitindo o pagamento do custo do serviço, e ainda sobraria dinheiro para investimentos. É preciso melhorar a multimodalidade, o conforto, oferecer mais horários e itinerários", comentou Ricardo.
Segundo parlamentares da Comissão, a ideia agora é ouvir os empresários, para avaliar a relevância da implantação do projeto no país. Segundo Ricardo, o convencimento dos empresários de Lyon durou em torno de cinco anos. O deputado Marcelo Beltrão de Almeida (PMDB/PR), que sugeriu o debate da proposta do governo de Curitiba, no entanto, destaca que a cultura do empresariado brasileiro é bem diferente da dos franceses, o que dificulta um pouco a aceitação do projeto.
O deputado Mariani acredita que é importante uma reformulação no sistema de transporte público, no sentido de buscar outras fontes de financiamento que não apenas a tarifa. "É preciso arrumar outras fontes de financiamento, que gerem recursos para baratear e investir no sistema, torná-lo mais atrativo, mais eficiente, trazer de volta para o transporte coletivo as pessoas que migraram para o transporte individual nos últimos 10 anos".
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado em julho, mostra que, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 125% entre 2000 e 2012, as passagens subiram 192% no mesmo período. Para o Ipea, o sistema público de transporte não pode mais ser suportado apenas pelo passageiro.
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